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VOOS DESCONTROLADOS

  • csaloio
  • 20 de mai. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 25 de mai. de 2023

Normalmente o tipo de comentários que, pela voragem das notícias, poderão ficar desfasados no tempo, começam pela frase "na data em que escrevo". E, nestas circunstâncias, é exactamente por aí que devo começar.


Portanto, no dia em que escrevo, o ministro João Galamba, continua colado à cadeira das Infraestruturas, com a benção do patrono António Costa, mas com a óbvia oposição crítica de meio país, incluindo o Presidente da República. Ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito à Gestão da TAP, gastou as muitas horas a que o obrigaram tentando justificar a frágil manutenção num cargo que, até para seu respeito e dignidade própria, deveria ter insistido em abandonar no tempo adequado. Mas isso, porventura, serão contas de outro rosário, por explicar.


Nesta altura da evolução dos acontecimentos, não vale a pena retomar as justas e abundantes críticas às ocorrências degradantes e vergonhosas que ocorreram no ministério em torno de um computador roubado (ou furtado?), das chamadas telefónicas pedindo a intervenção das autoridades - incluindo o próprio SIS - e das supostas cenas recambolescas de funcionárias fechadas no WC, para escaparem ao suposto atacante, armado com um portátil, onde constariam segredos de Estado. Ou, talvez melhor, as mal explicadas notas da reunião imprópria com a ex-CEO da TAP.


Se isto fosse um policial de terceira categoria, para passar na TV fora do horário nobre, até era aceitável. Mas terá acontecido no Ministério das Infraestruturas e estamos a tratar de um assunto altamente melindroso como é o futuro de uma empresa onde todos nós já "enterrámos" milhões de euros. Daí que esta ligeireza não seja minimamente tolerável.


A TAP é um assunto demasiado sério e em cima da mesa, que não pode vir para a praça pública desta forma, ostentando uma enorme falta de competência e de responsabilidade por parte do Governo. Muito mal, pessimamente, ficou o Primeiro-Ministro que, após ter assumido uma posição activa na defesa e manutenção em funções do ministro Galamba, a última atitude que poderia tomar era ter desaparecido (escudando-se nas conclusões da comissão de inquérito), "assobiando para o ar" quando, depois de - em consciência - reacender o rastilho, alastrou o incêndio.


E finalmente, algo ainda mais sério: se é verdade que o documento do Plano de Reestruturação da TAP não estava no lugar supostamente devido, guardado em arquivo no ministério (como afirmou a chefe de gabinete na audiência), por onde andaria? Cada qual que conclua sobre as sucessivas trapalhadas destes "responsáveis". O cargo (ou o fardo) está difícil para Marcelo.


19/05/2023



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