VOOS DESCONTROLADOS (2)
- csaloio
- 26 de mai. de 2023
- 2 min de leitura
De acordo com a agenda habitual, António Costa foi ao Parlamento para, entre outros assuntos, cumprir o "serviço mínimo" das explicações acerca das trapalhadas da já célebre noite de 26 de Abril no Ministério das Infraestruturas que, é como quem diz, fazer de conta que explicou o que, convenhamos, é muito difícil - quiçá impossível - de razoavelmente ser esclarecido.
Mas sobre a novela da intervenção do SIS, que já fez correr rios de tinta e muitos debates (talvez em demasia), lá foi obrigado a dar "a mão à palmatória" e confessar que, ao contrário do que tinha afirmado antes, não informou o Presidente da República do pedido de tal intervenção. Era só o que faltava: meter Belém neste enredo mal amanhado.
Entretanto, reportando-me ao final do meu comentário anterior sobre o assunto, a chefe de gabinete do anterior ministro Pedro Nuno Santos, mais tarde ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, veio esclarecer por onde é que andava o documento do Plano de Reestruturação da empresa.
Afinal, segundo Maria Antónia Araújo, não estava efectivamente no arquivo geral do ministério - como afirmou a chefe de gabinete do ministro Galamba - porque os documentos relativos à TAP eram de "extrema sensibilidade" e só estavam acessíveis a "um número restrito de pessoas". A saber, na ocasião, ao adjunto Frederico Pinheiro, a dois membros do Governo - Pedro Nuno Santos e o Secretário de Estado Hugo Mendes - e às Finanças, dada a representação nas negociações pelo Secretário de Estado do Tesouro.
Sendo que Pedro Nuno Santos já não é ministro, Hugo Mendes já não é secretário de Estado e Frederico Pinheiro também está fora do Governo, só restam as Finanças. Diz a lógica que o tal documento, suponho "classificado" - que, pelos vistos, andava no computador do adjunto de Galamba, passeando-se de bicicleta pelas ruas de Lisboa - também deverá estar na posse do ministro que agora tutela as infraestruturas. Senão, regressa a incógnita.
Mas, no meio de tanta trapalhada, já não se sabe o que é a lógica.
26/05/2023
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